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"Grita" de Laurie Halse Anderson - Opinião

por Tânia Tanocas, em 21.01.17

Sinopse

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A minha opinião:

Claustrofóbico, um pedido de ajuda silencioso, um relato bem elaborado por parte de quem se sente vítima de algo. Um grito silencioso, que nos alcança com todo o som possível. Só quem não quer ver é que não consegue ouvir este “Grita”.

 

Iniciei esta leitura no final de 2016, mas coloquei-a em stand-by porque achei que não era o momento adequado para ouvir o grito de Melinda Sordino. O livro é relatado de uma forma interessante, ressalvando os aspectos importantes ou desabafos da protagonista por um ano lectivo inteiro, subdividindo esse ano pelos vários períodos escolares.

 

No final do ano anterior acontece a Melinda algo que vai mudar a sua vida e o relacionamento entre aqueles que antes eram seus amigos. E quando mais um ano escolar inicia, ela não consegue lidar com o sucedido transformando-se numa pessoa sozinha e antissocial. Ninguém consegue compreender Melinda, e o mais impressionante é que o ambiente em casa (que devia de ser o seu porto de abrigo) também não reina a paz.

 

Considero este livro uma autêntica chamada de atenção de e para qualquer pessoa que se sinta presa a algo e que não tem escapatória. As pessoas são más, mesquinhas, insensíveis e não querem ver além do seu próprio umbigo, Laurie conseguiu transcrever bem o sentimento de quem quer gritar, mas não consegue mais do que enfrentar o seu silêncio sozinho.

 

Este livro tocou-me bastante na medida em que também eu nunca fui popular, não tinha grupinhos, sempre passei e passo grande parte da minha vida na solidão dos meus silêncios, na maioria das vezes este silêncio é reconfortante, mas outras vezes é um grito que se tenta calar…

Muitas das vezes a sociedade apelida-nos de antissocial, pois não compreendem os nossos medos, receios e ansiedades… Também não querem entender quem de uma maneira ou outra sai dos padrões (ditos) normais da sociedade… Cabe a cada um de nós viver com os seus medos e anseios. A vida é uma selva, onde cada animal tenta sobreviver ao seu dia a dia, utilizando as suas armas, a de Melinda foi o silêncio, a minha é o de passar o mais despercebido possível.

 

É um livro curto mas acho que faltou ali algo que nos abanasse e não aquilo que fui sentindo, uma submissão aos pensamentos “marados” de Melina, por vezes contado de uma forma que nos pode baralhar um pouco, não que tenha um texto complicado, mas a forma como está elaborando pode aborrecer por vezes, principalmente quando Melinda divaga ao falar dos professores…

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Laurie Halse Anderson é uma autora de bestsellers, presença frequente no Top do The New York Times, que escreve livros para pessoas de todas as idades. Conhecida por abordar temáticas difíceis com frontalidade, sensibilidade e humor, já recebeu e foi nomeada para muitos prémios. Grita foi finalista do National Book Award. Em 2009, Laurie foi agraciada com uma distinção da YALSA - The Young Adult Library Services Association, por mérito na edição de livros para jovens e adultos.

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publicado às 01:32



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