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 Sinopse

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A minha opinião:

A primeira sensação que tenho ao terminar esta leitura é de que é “mais do mesmo” sobre o assunto. Mas depois, fico a remoer sobre o relato desta mulher, o que ela menciona sobre os pequenos (grandes) confortos básicos do nosso dia-a-dia e bate na minha consciência de que não é nada só mais um testemunho perdido no meio de tantos, mas sim uma chamada de atenção para todos nós.

 

Esta senhora, como a maior parte dos sobreviventes e não sobreviventes do Holocausto passou por provações que para muitos humanos seria motivo de pânico, morte ao primeiro contratempo.
Foi interessante ler por tudo o que passou, mas a beleza deste livro está na parte pós Holocausto, em que teve de (literalmente) sobreviver para viver.

 

Dir-se-á que teve alguma sorte, sim é verdade, mas muitas das vezes a sorte conquista-se, luta-se diariamente com todas as nossas forças, abdica-se de certezas e envereda-se e pelo desconhecido.
Tudo o que hoje é seu foi adquirido com muita força, perseverança e vontade, sem a ajuda de (quase) ninguém, na altura não se falava do assunto para se poder esquecer, não havia psicólogos para tudo e para nada, estas vítimas acabaram por sobreviver fisicamente a um trauma que dizimou as suas almas. Nanette conquistou o direito a viver, constituiu uma família, mas sem nunca esquecer do que passou e de que a linha entre a paz e a guerra é sempre uma ligação muito ténue.

 

O seu primeiro destino foi o campo de Westerbork, tinha sido construido pelo governo da Holanda em 1939 para receber os judeus refugiados da Alemanha, que tinham medo do perigo crescente que o Partido Nazi representava para a sua segurança. Esta foi uma estrutura muito útil para os interesses perversos alemães. No final de 1941, decidiram que este era o local ideal para ser o campo de transição dos judeus holandeses que seriam deportados para os campos de extermínio. Em Julho de 1942, os alemães assumir o controlo do local e a operação foi iniciada. Era um local de paragem antes de se ser enviado para a morte. Só depois foi enviada para o campo Bergen-Belsen, este local não era considerado um campo de extermínio, mas será que deixar pessoas morrer de fome, de doenças, de frio e sem as mínimas condições básicas, não é mais uma forma de extermínio? Foi aqui que teve um último contacto com a colega de escola Anne Frank.

 

“Infelizmente, não existe o botão «Delete» na minha mente. Gostaria de poder apagar o que vi e vivi e, especialmente, a sensação de sofrimento. Esse sofrimento não estava só dentro de mim, estava fora. Eu respirava o sofrimento, ele fazia parte do meu mundo. Mas depois, penso: de que me adiantaria esquecer? O que ganharia com isso? Paz? Talvez, mas uma paz falsa, uma paz cega, pois sei que esquecer é permitir que outros, nos nossos piores pesadelos, também possam passar por isso. Eu recordo para poder viver, porque esquecer significa morrer e perder de vez a minha família.”

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 Nanette Blitz Konig

Nasceu em Amesterdão a 6 de abril de 1929, é conhecida por ter sido uma das amigas da escritora judia Anne Frank, morta no campo de concentração de Bergen-Belsen.

 

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publicado às 20:17


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