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"O Meu Nome É..." de Alastair Campbell - Opinião

por Tânia Tanocas, em 12.03.17

Primeira leitura do desafio #marçofeminino

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Opinião:

Primeiro tiro no escuro e pode-se dizer que foi mesmo no escuro, não é que eu pensava que o escritor deste livro fosse uma mulher! Passou-se o mesmo com Toni Morrison, pensava que era um homem e afinal é uma senhora.

Sou péssima com nomes de autores, personagens, digamos que a única coisa que muitas das vezes perdura dos livros que leio são as histórias, fico sempre baralhada quando tenho de ligar as histórias aos autores, e acho que foi isso que me induziu em erro, tinha uma grande ânsia de ler este livro, por causa do tema que aborda, que nem me dei ao trabalho de ir confirmar o género do autor.

Mas é um senhor este autor, por isso acabo por provocar (sem querer) uma pequena batota para o desafio #marçofeminino, salva-se a personagem que é feminina. 

 

Mas vamos ao que interessa, como já referi, há muito que tinha interesse em ler esta história, infelizmente tenho um caso de alcoolismo muito directo na família, caso esse em que muitas das vezes não sei como lidar, já que a pessoa em questão não assume que tem esse problema e vai devastado tudo à sua volta. Ele sente-se "poderoso" e quem está à sua volta sente-se impotente.

 

Ponto positivo para o livro que faz referência ao facto de ter de ser o próprio alcoólico a detectar que tem um problema e que o quer resolver, senão nada feito.

Logo nas primeiras páginas, tive a sensação de que a vida de Hannah não ia ser nada fácil, mas nada fazia prever que na página 24 existisse uma frase com apenas 4 palavras que a meu ver tirou-me o "brilho" e entusiasmo da restante leitura e matou naquele momento a minha abordagem para com o resto do livro.

 

Não gostei da maneira que o livro está desenvolvido, pois a cada capítulo lido, o que me veio sempre à cabeça era que estava a assistir em directo a um programa de jornalismo sensacionalista, onde existe uma pessoa que teve um final triste e em que o jornalista vai explorando a vida desta, com entrevistas a tudo o que é gente conhecida da vítima, foi o ex namorado a sério, o professor de natação, o tio, o pai da melhor amiga, o agente da polícia, etc. Para mim tirou a credibilidade e respostas que eu achava que iria encontrar para conseguir lidar com este flagelo que ataca cada vez mais pessoas e cada vez mais novas.

 

Resumindo, foi uma leitura que a meu ver é interessante para quem quer ter algum conhecimento acerca do tema, despistar algumas dúvidas, ou perceber (um pouco) de como as pessoas alcoólicas se sentem e os seus comportamentos, lembrando sempre que cada caso é um caso, mas muito pouco esclarecedor para quem tem de lidar directamente com o problema e não sabe como.

 

Relembrando que este é um livro de ficção, mas como tinha as expectativas elevadas, senti-me um pouco defraudada. Mesmo assim gostei de conhecer a Hannah, uma rapariga que na ânsia de se livrar de várias angústias, envereda por um problema ainda maior e mais perigoso e de ver abordado os "lóbis" das bebidas alcoólicas, muito interessante esta parte do livro. 

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Alastair Campbell nasceu em Yorkshire em 1957. Estudou Línguas e Literaturas Modernas em Cambridge e começou a sua carreira no Jornalismo. Quando Tony Blair se tornou presidente do Partido Trabalhista, convidou-o para ser seu secretário de imprensa. Mais tarde foi seu porta-voz oficial e depois director de comunicação e estratégia, tendo trabalhado com Blair entre 1994-2003. Agora é presidente da Leukaemia Research, e dedica-se à escrita.

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publicado às 17:26

Dia Internacional da Mulher

por Tânia Tanocas, em 08.03.17

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li e ouvi, ontem (7/3) que as vítimas de violência no namoro aumentaram 60% em três anos... 

Hoje (dia 8/3) talvez seja um dia especial para essas mulheres, vão ter um dia com flores, chocolates, muitas palavras bonitas, etc, mas, e amanhã como será?!... É por isso que não ligo, nem dou importância a "dias" disto ou daquilo, mas a um conjunto de valores que prezo e respeito todos os dias.

Por isso desejo que hoje e sempre seja Dia Internacional da Mulher... 

Beijokas 

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publicado às 00:22

"A Vida no Campo" de Joel Neto - Opinião

por Tânia Tanocas, em 04.03.17

Sinopse:

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Opinião:

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Quem se lembra destes rebuçados? Pois bem, o Joel não fala de flocos de neve no seu livro, mas eu lembrei-me deles porque me recorda a minha bisavó e avós, havia sempre um punhado deles para me oferecerem quando os visitava no campo (alentejano), obstante disso, devem de saber que se colocarem um na boca é quase impossível trincar, por isso a única solução é ir sorvendo o doce que vai saindo da bola redondinha que só assim vai minguando até desaparecer.

 

Mas perguntem você, Tânia o que é que os flocos de neve têm a ver com o livro? Eu respondo, tudo e nada. Para mim, "A Vida no Campo" foi como colocar um rebuçados destes na boca, de início quis trincar, mas quase fiquei sem "dentes", por isso tive de sorver o aroma desta leitura tão lentamente para tirar o máximo prazer possível deste doce. No fim fiquei tão consolada, que logo surgiu a frustração de não ter mais nenhum floco de neve para sorver.

 

O autor leva-nos a viajar pelo campo de Terra Chã, ilha Terceira, nos Açores, mas a meu ver podia ser qualquer campo do nosso Portugal, muitas das vezes não importa o local, mas sim o bem-estar que nele se encontra.

Em modo de diário, vamos sendo levados ao sabor do vento pelas quatro estações do ano e conhecer os habitantes, as histórias, os costumes, a entreajuda e entrega de um meio e de um povo que vive um dia de cada vez, mesmo que as mesmas conversas se prolonguem por alguns dias, mas desengane-se que o campo são só coisas boas ou que se trabalha menos, também aqui Joel vai nos dar a conhecer alguma parte “menos” boas do campo.

 

Por falar em coisas menos boas, desculpe Joel, não dei as 5* porque também tive momentos em que não consegui ter empatia com o seu campo dos Açores, talvez porque não o conheça, às vezes o facto de conhecer algo que toca aos outros, também é benéfico para quem esta a acompanhar a sua jornada. Para mim só existe uma pessoa que consegue aquecer o meu coração ao falar do campo, de um campo que eu bem conheço, o campo Alentejano e lamento mas não é o Joel, mas se calhar até tem conhecimento para isso, a passagem de ano em Marvão conseguiu dar um cheirinho de como o campo alentejano também é único, assim como o campo Açoriano.

 

Felizmente não sei o que é morar numa (grande) cidade, mas mesmo assim senti uma enorme diferença quando tive de deixar uma vila no Alentejo (razões profissionais do meu pai) para vir para uma cidade do Ribatejo (que por coincidência aparece referida no seu livro)... Os costumes eram diferentes, não conhecia ninguém, um completo começar do zero, mas com a particularidade de fazer o inverso daquilo que o nosso protagonista fez, não me posso queixar, pois actualmente vivo na periferia da minha cidade, onde a paisagem da Serra de Aires e Candeeiros predomina por completo a minha visão, é sem dúvida um cantinho que prezo muito e por isso gostei muito de sentir o quanto o cantinho do Joel nos Açores também é importante para ele.

 

Depois de ler este livro, fiquei com algumas respostas para a pergunta que me colocam algumas vezes: "Como é que consegues estar "ali" durante dias sem vir à cidade?"
Gosto da calma do sítio, gosto de contemplar as vistas, gosto do chilrear dos diversos passarinhos que por aqui passam, gosto de ver os coelhos a passearem como se não houvesse perigo, adoro ver os ouriços que de vez em quando dão o ar da sua graça, em suma, tenho tudo para me entreter.

Enfim, devo confessar que fico com alguma" pena" dessas pessoas, estão a perder os melhores anos enfiadas em multidões com conversas em que na maioria das vezes não interessam nada.

É caso para dizer: "E a burra, sou eu?" Então que seja, mas deixe-me continuar a ser burra e Feliz no meu campo...

 

Booktrailer do livro, para vos aguçar a curiosidade.

 

E vocês, gostavam de morar no campo? Já leram a experiência do Joel?

Beijokas 

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publicado às 02:56

"The Innocents" de Anne Fontaine

por Tânia Tanocas, em 03.03.17

Primeiro filme visto para o projecto #marçofeminino

Galardoado com o prémio do público da 17ª Festa do Cinema Francês (2016).

1 (8).jpgNOTA: Não foi à toa que ocultei algumas palavras da sinopse, porque acho que tem mais impacto o momento em que descobrimos o que se passa dentro do convento. Eu se não tivesse visto a sinopse teria sentido o desenrolar do filme de forma diferente, por isso se conseguirem não vejam nada acerca do filme, simplesmente assistem...

 

Opinião:

Este filme é baseado em factos reais, Mathilde Beaulieu, foi uma médica que trabalhou num posto francês da Cruz Vermelha na Polónia no final da Segunda Guerra Mundial, o seu diário de bordo, que deu origem ao argumento do filme, chegou às mãos da realizadora através de um sobrinho da médica.

Infelizmente, mesmo já no pós II GM, muitos foram aqueles, que de uma maneira ou de outra sucumbiram às fissuras deixadas pela guerra e esta é uma das tantas história vividas por inocentes e vulneráveis às mãos dos soldados russos.

 

“Um soldado que atravessou milhares de quilómetros entre fogo e sangue tem direito a divertir-se com uma mulher e a roubar umas ninharias” terá dito Estaline, quando fora alertado para o facto de os seus soldados estarem a abusar das mulheres por onde passavam.

 

Polónia, Inverno de 1945, logo após o fim da II GM. Uma jovem médica da Cruz Vermelha Francesa, Mathilde Beaulieu é levada por uma das noviças a um convento, onde uma jovem está a necessitar de ajuda médica, mas o acto da noviça não é bem visto pela madre superior, que não perde tempo em repreender a sua atitude. 
A partir daqui estaremos em constante estado de ansiedade, com o que será as escolhas da madre e a reacção das próprias freiras, um filme muito psicológico, onde a raiva, razão e a fé irão estar constantemente lado a lado, mas a maior parte do tempo em persistente braço de ferro. Em todo o filme, temos bem presente a guerra, morte, vida, religião e senso comum.

 

Quantas vezes nos perguntamos, se Deus existe, porque permite tamanha crueldade? Aqui ainda mais essa questão é motivo de análise, pois nada escapa às mãos de qualquer predador em relação à sua presa, nem mesmo as suas filhas mais devotas, aquelas que se agarram à fé na busca de uma solução ou resposta e não conseguem ver mais nada para além dessa devoção, quando a congregação está em risco, não é apenas na fé que se tem de arranjar soluções, mas também na realização de acções práticas para camuflar um desaire ainda maior.

É um filme angustiante, tanto para quem é religioso, como também para quem é ateu e não entende algumas posições da religião, mas acima de tudo é um óptimo sinal de esperança e dignidade no meio da monstruosidade humana.

 

Não sou mãe, mas acredito que este filme toque de maneira diferente aquelas mulheres que sentem ou já sentiram o apelo da maternidade, por isso este filme tem a sensibilidade que só uma mulher / mãe poderiam ter para o realizar.
Gostei muito e mais uma vez um filme Europeu a dar cartas no mundo do cinema, pena é que a máquina do Marketing não tenha chegado até ele.

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Anne-Fontaine

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Anne-Fontaine Sibertin-Blanc nasceu em 1959 no Luxemburgo, vive actualmente em França, passou parte da sua infância e adolescência em Lisboa, onde teve bastante contacto com a religião católica, apesar de não acreditar em Deus. Bailarina de profissão, o cinema entrou na sua vida nos anos 80 enquanto actriz, passando depois por ser realizadora e argumentista, o seu mais recente trabalho enquanto realizadora é Agnus Dei /As Inocentes, com o argumento, também ele no Femenino, de Sabrina B. Karine e Alice Vial.

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publicado às 23:42

Bom gosto, falta de imaginação...

por Tânia Tanocas, em 03.03.17

Bom gosto, falta de imaginação ou pontaria da minha parte... 

 

Já tinha comentado aqui, na opinião do "Arrival" que uma das coisas que mais me chama há atenção num filme (além do argumento) é a banda sonora, para muitos é a fotografia, os efeitos especiais, guarda roupa, etc... 

 

Ontem, pela segunda vez, no espaço de um mês vejo um filme que utiliza a mesma música na sua banda sonora... Música essa que já tinha ficado na minha memória ao ver um outro filme.

 

Três filmes com a mesma música, é caso para se dizer, têm bom gosto, falta de imaginação ou ando com a pontaria afiada! 

Eu prefiro a primeira, mas tudo o que é demais enjoa... 

 

De salientar, que a primeira vez que a ouvi, foi no filme "Disconnect" de 2012, se não viram, percam um bocadinho do vosso tempo a vê-lo, pois fala de temas muito actuais (talvez um dia faça um post só para falar dele), depois digam se o tema não fica na vossa memória associada ao filme.

 

Max Richter - On the Nature of Daylight

 

 

A música (para mim) é linda e fica no ouvido, agora imaginem se não fosse! 

Acham normal quatro (parece que Shutter Island, também a utilizou) filmes usarem a mesma música? Também já vos aconteceu algo parecido ou não ligam?

Beijokas 

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publicado às 21:11

Aquisições Literárias... Fevereiro

por Tânia Tanocas, em 02.03.17

Por culpa dos Óscares, infelizmente (não consegui controlar-me) este mês a estante encheu mais do que se esvaziou... 

Mas mesmo assim em termos de gastos consegui não ultrapassar o saldo do mês anterior acumulando com as vendas deste mês e ainda sobrou alguns "trocos" para o próximo mês. Tendo em conta que um dos livros comprados este mês já foi lido e não chegou a ir para a "pilha". 

 

Livros novos em Fevereiro:

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O meu plano de Fevereiro

ganhos, gastos e lucros 

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Este mês tive um Ganho de 53.30€, um Gasto de 42.75€ e um Lucro de 7.55€, não cheguei a gastar o saldo de Janeiro (19.50€), deste saldo ainda coloquei no mealheiro dos livros lidos 3€, por isso até agora tenho um total acumulado de 27.05€.

 

Até que não foi nada mal em termos de aquisições, mas espero que este mês corra melhor em termos de leituras, para isso conto com o desafio #marçofeminino, no que toca ao entusiasmo, Março já começou com o pé direito.

 

E vocês, tiveram um mês de Fevereiro controlado ou descontrolado? 

Beijokas 

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publicado às 16:00

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