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Livros # Desafios Literários # Aquisições # Opiniões
Opinião:
Vou sentir saudades desta família, de todos eles sem excepção, até mesmo do Rex.
São leituras assim que me recordam porque gosto de pegar num livro e ler!
Umas vezes sou levada para sítios, situações e personagens completamente desconhecidas que desejaria viver e conhecer, outras vezes deparo-me com situações e personagens que me relembram o que quero esquecer...
Jannette Walls, obrigado pelo testemunho e coragem, conseguir superar não é fácil, mas admitir e contar, também não...
Ainda existem muitos "castelos de vidro" que podem facilmente desabar, ou até, nunca conhecer o brilho do sol...
Adorei a forma despromovida de ódio, ou rancor com que a autora descreve o seu passado e o relacionamento com a sua família, é a prova de que o passado por mais duro que seja, o amor da família é a fonte de tudo.
Felizmente, a minha vida foi sempre pautada de muito amor, carinho e nunca nada me faltou, mas por vezes existem questões que nos marcam e que se vão desmoronando com o passar dos anos.
Houve momentos em que me revi no relato da Jannette, os problemas do pai com o álcool, a forma como ele (não) gere as finanças, os problemas de acumulação, a incompatibilidade da realização dos seus sonhos e até a vergonha de enfrentar a dura realidade da sua própria família.
Senti, impávida e serena a dura batalha de amor - ódio que se vai desenrolando página a página, a angústia sentida em cada palavra e frase.
É fácil imputar negligência, mas é demasiado complicado condenar os pais, quando eles querem fazer uma vida fora dos padrões "normais", apesar de todas as vicissitudes nenhum deles abandonou quem lhes trouxe ao mundo, simplesmente cada um fez a sua escolha...
"Toda a gente tem qualquer coisa de bom. Temos é de encontrar essa qualidade e amá-la por isso.
- Ai sim? E qual era a qualidade de Hitler? - perguntei.
- Gostava de cães - respondeu a minha mãe sem hesitar."
Opinião:
"Dores" de Maria Teresa Horta - 5 🌟
Dar um sentido à vida
Ouvir os silêncios e gritos da nossa alma
Responder com coragem, resiliência, sem medos
Esperar que algo ou alguém quebre estes desamores
Serão sempre estas, algumas, das nossas DORES...
Que conto poderoso, confesso que não conhecia a escrita da autora e jamais diria que um "simples" conto poderia abalar os meus sentimentos.
Houve momentos que me senti uma "Judite", a sensação de abandono, incompreensão e a sua força em resistir a tudo o que lhe acontece elevou-me para um lugar completamente claustrofóbico.
"Quantas vezes disse a mim mesma que fugir é sempre perder-me? A misturar permanentemente o amor com a desconfiança, a viver o amor à espera do sofrimento...."
"Chave de Entendimento para uma Sinfonia Perdida" de Patrícia Reis - 4,5 🌟
Um grande amor, será sempre um grande amor, mesmo que isso envolva um sem números de incompreensões.
Como contornar estes sentimentos, muitas das vezes completamente contraditórios?!
É isso que a autora nos transmite, iniciamos uma Sinfonia que poderá, ou não, ser a "Chave de Entendimento para uma Sinfonia Perdida"...
"O tempo demora o quanto precisa, a não ser que seja Natal, um tempo que nos obrigamos a viver dentro do fardo das tradições como uma cilada prevista, mas inevitável, tentadora, cilada repleta de malvadez."
Opinião:
Livro lido em ebook, talvez o impacto da experiência não tenha surtido o mesmo efeito se o lesse em papel, pois tenho a certeza de que muito desta história está, não só nas palavras, como também nas óptimas ilustrações.
Mesmo assim deu para ter uma (breve) ideia de quem foi a condessa Isabel Báthory, uma mulher húngara, obcecada pela sua própria beleza, que entrou para a história por ter praticado crimes hediondos e cruéis a mais de 650 jovens mulheres, ficando assim conhecida como "A Condessa Sangrenta".
Há quem defenda a sua inocência, alegando que nenhuma mulher seria capaz de ser tão perversa, eu não acredito muito nessa hipótese, já tivemos várias provas de que a psicopatia não escolhe o ser humano em termos de género.
Flora Pizarnik, pseudónimo de Alejandra Pizarnik, uma argentina com descendência russa e com contínuos problemas de depressão e várias tentativas de suicídio, acaba por conseguir pôr termo à vida em 1972 aos 36 ano, com uma dose excessiva de soníferos. Também tenho de salientar os excelentes desenhos de Santiago Caruso, tenho quase a certeza que se tivesse o prazer de ter este livro nas minhas mão, certamente que as ilustrações sobressaiam muito mais.
A crueldade que é descrita no livro é tão mórbida, que por momentos até parece natural que essa crueldade exista. Acho até que a autora quis destacar o mal desta condessa, para poder invocar os seus próprios receios e a sua loucura.
Este livro retrata algumas formas de tortura que a condessa Báthory utilizava para fustigar as suas vítimas, como por exemplo, verter água sobre um corpo nu e a água torna-se gelo, há um leve gesto final da vítima para se aproximar mais das tochas, de onde emana o único calor, mesmo assim jogam mais água em cima dela e ela fica, para sempre de pé, erguida e morta.
Lembrei-me logo dos campos de concentração, também lá, esta era uma das formas de tortura bastante usada, quer por homens ou mulheres das SS.
Opinião:
Demorei pouco menos de 48h para terminar esta leitura, o que para mim é um tempo fantástico. Enredo viciante, leitura compulsiva e excelente entretenimento. Muito dividida e indecisa entre as 4 e 5 estrelas, sendo assim prevalece o meio termo, 4.5 .
Não restam dúvidas, é um livro recheado de emoções fortes, onde o relógio está sempre em constante movimento, de muita acção, adrenalina e inteligência.
O ponto contra que eu aponto é que senti muito mais afinidade com personagens secundárias do que com a principal. Achei o Wolf um pouco sem carisma para personagem principal...
De resto, achei o enredo muito arriscado, mas que sem dúvida ficou perfeito em termos visuais, aquela sensação de impunidade à medida que o tempo vai passando.
Confesso que alguns nomes que surgem na lista feita pelo assassino são bem merecidos...
"Nos muitos livros de guerra que havia lido, aprendera que mensageiros eram escolhidos não só porque eram espertos e articulados, mas sobretudo porque eram pessoas essencialmente descartáveis."
Acho que nunca é tarde para incentivar outros leitores e divulgar este projecto...
Desde o início do mês de Março que estou empenhada neste desafio, que apesar de já ser repetente, não deixa de ter o mesmo prazer e entusiasmo.
A impulsionadora, para quem não se lembra, ou não sabe, é a menina Sandra do blog sayhellotomybooks.
Até ao momento já completei três leituras e estou a meio de mais duas.
Leituras completas (ainda sem opiniões):
I) "A Condessa Sangrenta" de Alejandra Pizarnik
II) Dois contos - "Dores" de Maria Teresa Horta e "Chave de Entendimento para uma Sinfonia Perdida" de Patrícia Reis
III) "O Castelo de Vidro" de Jannette Walls
Leituras em andamento:
IV) "Caraval" de Stephanie Garber
V) "A Câmara Escura" de Minette Walters
Façam óptimas leituras no feminino e dê o vosso contributo com a astag #marçofeminino.