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Livros # Desafios Literários # Aquisições # Opiniões
Sinopse:
Nomeado para óscar de Melhor Filme Estrangeiro
Opinião:
O filme é Alemão, da realizadora Maren Ade, foi o Melhor Filme Europeu de 2016 nos Prémios do Cinema Europeu.
São cada vez mais as vezes em que aprecio um filme que me faça remexer no meu consciente, reflectir na vida, no nosso dia-a-dia e que no final me mergulhe em variados sentimentos: amor, dignidade, humanidade, pequenos gestos minúsculos, mas que têm um enorme significado - como um “bom dia”, um “obrigado”, como um sorriso no rosto, satisfação em abraçar o ridículo, em compreender que no meio de tantas perguntas sobre o sentido da vida, no meio de tantos estereótipos de regras, normas, formas de comportamento, o cómico sempre existe para extrair um sorriso.
Este filme estreita-se entre o irrisório e o invulgar, e me fez reflectir sobre a vida de uma maneira que nenhum outro filme (até agora) conseguiu fazer.
Na minha opinião, este filme tem duas histórias distintas, que a determinado momento culminem uma na outra.
Temos a história de um pai, (homem sozinho) que sempre tenta levar a vida (e a dos que o rodeiam) na mais pura das felicidades sem ligar a clichés ou ridículos, mesmo que esse seu modo de vida seja alvo de críticas ou julgamentos, fazendo até a que inicialmente o próprio espectador (eu) tenha a reacção de que estamos perante um homem senil.
Depois temos a história de uma mulher e filha, uma pessoa determinada que alcançou os seus objectivos e progrediu ao presumível "sucesso", enterrada nas aparências e em objectivos a curto prazo (para ela a vida é um dia de cada vez), não importa o futuro, já há muito que não se interessa por quem ela é, foi ou quer ser (enquanto valores humanos).
Em todo o filme este pai e esta filha, vão envolver-nos de tal maneira que deixamos de achar insignificantes algumas cenas insólitas e estranhas, aprendendo com a realidade da forma menos convencional sobre os verdadeiros sentimentos e que nos vão preenchendo de mais perguntas do que respostas, um filme filosófico e real ao mesmo tempo.
No meio de tantos filmes “tentando serem perfeitos”, temos aqui esta obra onde o objectivo de mostrar a realidade, sem grandes efeitos especiais, sem grandes nadas, conseguimos ver o mundo e os sentimentos como eles realmente são.
O objectivo é fazer com que cada situação seja exclusiva, cada emoção seja uma interrogação, que o ridículo seja sublime e que olhemos para nós próprios de uma forma abstracta, mas sempre, real.
Tinha de fazer este post para dizer a minha opinião deste filme, pois recuso-me a pactuar com os pareceres que dizem que este filme conta uma história cómica, simples, chata, longa e sem sentido, para mim é totalmente falso, pois descreve-nos na perfeição como se particularizam sentimentos, sensações, emoções num simples ecrã de cinema.
Gostava muito que vencesse o óscar de melhor Filme Estrangeiro.