Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]


"Por Treze Razões" de Jay Asher - Opinião

por Tânia Tanocas, em 28.04.17

Terceira leitura do desafio #livrosnoecra

26.jpg

Opinião:

Depois de ter lido este livro, fico um pouco chocada com alguns comentários, nomeadamente ao destacarem de que os motivos apresentados por Hannah Baker, não eram suficientemente graves para ela ter cometido o suicídio e que ela não tinha o direito de passar a "batata quente" para os colegas ao enviar aquelas fitas depois de não ter tido a coragem de ultrapassar as situações apresentadas.

 

Na minha perspectiva, os motivos apresentados são mais do que suficientes para gerar um conflito emocional em alguém que se encontra fragilizada, para muitos jovens as suas acções de divertimento para com os outros podem ser o motivo de ferir as emoções dos outros, por isso é que fazem "brincadeiras" para se insinuar, para serem vistos como heróis, independentemente da outra parte não gostar, aceitar ou serem os alvos, por norma quem fica sempre mal sem conseguir demonstrar é a pessoa visada.  Por isso é que achei bem a Hannah, ter deixado bem claro quem eram os "culpados" e quais os seus actos inconsequentes, por mais que não seja para que jamais voltem a ser repetidos a outras pessoas. Muitas vezes estas pessoas não conseguem exprimir a sua dor e vão acumulando situações que culminam em tragédias ou em revolta, raiva e ódio.

 

Mesmo assim, aconselho a lerem este livro como se fossem adolescentes, para poderem entrar ao máximo na pele da protagonista, muitas das vezes temos a tendência de analisar as situações como adultos que somos, esquecendo que a adolescência é uma caixinha de surpresas sempre em constante mudança e que basta um pingo de água para fazer crer que de uma tempestade se trata.

 

Tal como foi referido no livro, também acho que o suicídio ainda é um assunto tabu, todos sabem, alguns até pensam, mas ninguém quer discutir, porque acham sempre que quem comete tal acto é que não soube gerir a pressão e será sempre visto como um fraco.

 

Por mais que se queira, não é fácil exprimir a revolta, não é fácil dizer não quando "temos" de dizer sim para não ser excluído, não é fácil ser forte quando já estamos na merda e continuamos a caminhar como se estivesse tudo bem, não é fácil ter de sorrir quando já só queremos chorar, não é fácil abrir os olhos quando já só pensamos em fechá-los, enfim, não é fácil ser a pressa quando o(s) predador(es) coloca(m) as suas garras de fora.

 

Para mim é sempre um martírio ler sobre o suicídio, alguns livros não conseguem abordar a questão de forma convincente, outros (como este) conseguem fazer com que nunca me esqueça de que há muitos anos atrás, também eu fui uma "fraca"...

 

 Trailer da adaptação (série):

Quero muito ver a série, assim que tiver oportunidade, apesar de ter gostado do livro, algo, me diz que vou adorar ainda mais a adaptação.

 

Jay Asher.jpg

 

Jay Asher é um californiano nascido a 30 de Setembro de 1975. Tem trabalhado como livreiro e bibliotecário público, o que foi sem dúvida determinante para o início da sua carreira de escritor. 


"Por Treze Razões" é seu primeiro romance que discretamente se tornou um bestseller, por um verdadeiro fenómeno de passa-palavra, permanecendo durante um total de 45 semanas nas listas de vendas do New York Times. 

Um livro que a imprensa especializada não deixou passar despercebido, contando já com vários prémios e distinções.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:01


Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.



Mais sobre mim

foto do autor






Mensagens



Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D