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Opinião:

4.5 🌟

Iniciei a leitura bastante empolgada, as opiniões eram bastante positivas e muito antes do livro ser publicado em Portugal já o tinha para ler na estante virtual, mas confesso que de início pensei constantemente no que levava esta leitura a ser tão apreciada, isto é, para mim inicialmente foi difícil me prender à estória, já me passava milhares de coisas na minha cabeça, inclusive uma delas ter agarrado numa leitura de criaturas "vampirescas" (da qual não sou grande fã), o que é certo é que podemos imaginar várias cenários, pois o autor soube ser inteligente e deixar ao nosso critério a infinita possibilidade de imaginação, no meu caso imaginei estas criaturas mais como paranormais do que "aliens" ou outra coisa qualquer, a partir desta minha ideia a estória fluiu muito melhor...

 

Depois de entrar na estória e ela me agarrar, posso afirmar com toda a convicção de que foi a primeira vez que uma leitura fez o meu coração palpitar desesperadamente e (quase) constantemente dentro do meu peito.
Isso é bom? Claro que sim, nada me dá mais prazer do que sentir o fervilhar das minhas emoções enquanto leio um livro, principalmente quando é difícil pousar a leitura e desejar desesperadamente que tudo corra bem.

 

Não é fácil transmitir o contexto do livro, tudo porque a chave do sucesso está nas sensações desencadeadas com a leitura, principalmente quando o sentido prioritário é a falta de visão e estamos constantemente às escuras, obrigados a ver e sentir as coisas do ponto de vista dos restantes sentidos.
Como seria se vivêssemos com os nossos sentidos e não os pudéssemos usar? Uma situação bastante claustrofóbica...

 

O ponto negativo do livro (para mim) está no sentido em que nem sempre os finais são os mais desejados ou suficientemente desenvolvidos, ficaram algumas pontas soltas que tive pena que não ficassem esclarecidas, infelizmente não posso especificar para não dar spoilers, obstante a isso foi uma leitura bastante prazerosa (na medida do possível)...

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publicado às 22:00

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Opinião:

Começo pelo lado negativo do livro e que me fez não dar a pontuação máxima. Em menos de 250 páginas desvendam-se mais de 40 anos de vida das personagens principais, achei poucas páginas para tanta informação.
Por outro lado as mesmas páginas são mais do que suficientes (por vezes até excessivamente) para perceber quais os temas principais da estória, temas polémicos que, infelizmente, mesmo depois de 36 anos da primeira edição ainda se mantêm presentes na sociedade.

 

Toda a estória se centra nas irmãs Celie e Nettie, Celie é a mais velha, não é tão inteligente como a irmã mas tenta a todo o custo proteger Nettie dos maus tratos sofridos em casa pelo "pai".
Aos 14 anos, depois de já ter sido mãe duas vezes, Celie é "doada" a um homem que deseja insistentemente a irmã, para a proteger insiste que ela fuja de casa e peça "refúgio" a um casal com algumas posses.
A partir daqui tudo o que acontece na vida conjugal de Celie é abominável, uma criança que já fora abusada pelo "pai" vai continuar a ser maltratada por um desconhecido.

 

De referir que este é um livro epistolar (escrito por cartas), Celie completamente presa ao seu homem perde o contacto com a irmã, escreve as suas cartas redigidas a Deus contando todos os desenvolvimentos da sua vida.
Miss Shug, é aquela personagem que surge na vida de Celie como mais um contratempo, devo realçar que foi das minhas personagens favoritas, apesar de ser a amante do homem de Celie, vai ser uma grande aliada de Celie.

Apesar dos temas aberrantes, foi uma leitura bastante gratificante, sem dúvida que este é o livro que melhor se aplica a palavra esperança.

 

"As mulheres não são todas iguais, Tobias, - diz ela. - Acredites ou não. - Oh, - eu acredito, - só não consigo provar isso ao resto do mundo."

 

"- Quem pensas que és? - pergunta. - Não podes amaldiçoar ninguém. És preta, és pobre, és feia, és mulher. Raios te partam, não és nada."

 

" Os rapazes aceitam agora a Olivia e a Tashi nas aulas e há mais mães a mandar as filhas à escola. Os homens não gostam: quem quer uma mulher que sabe tudo aquilo que sabe o marido? Protestam eles."

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publicado às 17:00

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Opinião:

"Dores" de Maria Teresa Horta - 5 🌟

Dar um sentido à vida
Ouvir os silêncios e gritos da nossa alma
Responder com coragem, resiliência, sem medos
Esperar que algo ou alguém quebre estes desamores
Serão sempre estas, algumas, das nossas DORES...

 

Que conto poderoso, confesso que não conhecia a escrita da autora e jamais diria que um "simples" conto poderia abalar os meus sentimentos. 
Houve momentos que me senti uma "Judite", a sensação de abandono, incompreensão e a sua força em resistir a tudo o que lhe acontece elevou-me para um lugar completamente claustrofóbico.

 

"Quantas vezes disse a mim mesma que fugir é sempre perder-me? A misturar permanentemente o amor com a desconfiança, a viver o amor à espera do sofrimento...."

 

"Chave de Entendimento para uma Sinfonia Perdida" de Patrícia Reis - 4,5 🌟

Um grande amor, será sempre um grande amor, mesmo que isso envolva um sem números de incompreensões.
Como contornar estes sentimentos, muitas das vezes completamente contraditórios?!

 

É isso que a autora nos transmite, iniciamos uma Sinfonia que poderá, ou não, ser a "Chave de Entendimento para uma Sinfonia Perdida"...

 

"O tempo demora o quanto precisa, a não ser que seja Natal, um tempo que nos obrigamos a viver dentro do fardo das tradições como uma cilada prevista, mas inevitável, tentadora, cilada repleta de malvadez."

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publicado às 09:00

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Opinião:

Demorei pouco menos de 48h para terminar esta leitura, o que para mim é um tempo fantástico. Enredo viciante, leitura compulsiva e excelente entretenimento. Muito dividida e indecisa entre as 4 e 5 estrelas, sendo assim prevalece o meio termo, 4.5 . 

 

Não restam dúvidas, é um livro recheado de emoções fortes, onde o relógio está sempre em constante movimento, de muita acção, adrenalina e inteligência. 

O ponto contra que eu aponto é que senti muito mais afinidade com personagens secundárias do que com a principal. Achei o Wolf um pouco sem carisma para personagem principal...

 

De resto, achei o enredo muito arriscado, mas que sem dúvida ficou perfeito em termos visuais, aquela sensação de impunidade à medida que o tempo vai passando. 

Confesso que alguns nomes que surgem na lista feita pelo assassino são bem merecidos... 

 

"Nos muitos livros de guerra que havia lido, aprendera que mensageiros eram escolhidos não só porque eram espertos e articulados, mas sobretudo porque eram pessoas essencialmente descartáveis." 

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publicado às 21:00

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Opinião:

Não é novidade que gosto deste género de leituras, o espanto é que foi a primeira vez que realmente um relato desta natureza mexeu comigo, por isso desde já quero alertar, que este livro não é mesmo para qualquer pessoa, o livro é curto, mas recheado de factos completamente desumanos e inconcebíveis, ao chegar à página 34 tive mesmo de fechar o livro e ir espairecer.

 

Dá-me a sensação de que Lygia ao escrever este livro tão curto, não quis estar constantemente a contar as mesmas atrocidades que sofreu, ela própria comenta que não queria ser repetitiva, até porque tem a sensação de que novamente ninguém acreditará nela, mas acho que as 144 páginas são mais do que suficientes para valorizar todo o sofrimento que esta mulher passou, principalmente a coragem que teve em falar e escrever.

 

Tenho uma enorme consideração por quem passou por qualquer tipo de violência, não imagino o que sentem estas pessoas quando os seus abusadores saem impunes, neste caso, não imagino o que Lydia sentiu quando os seus carrascos não tiveram a punição devida. 

 

Lydia Gouardo e os irmãos, sofreram nas mãos do (presumível) pai e madrasta, as piores maldades que possam passar por uma mente completamente maluca. 

Bruno de 7 ano, Nadia de 3 e Lydia de 4, têm o mesmo sobrenome que o pai, mas o primeiro contacto que tiveram com ele foi no momento em que foram retirados à força de uma família de acolhimento e levados para aquele que seria o seu futuro infernal.

 

As crianças desde logo vão saber qual o peso de serem maltratados, um maltratar doentio, completamente fora da nossa imaginação...
As crianças não vão à escola, não têm contacto com ninguém, submetidas frequentemente à fome, à sede, violência sexual, psicológica. O velho e a velha (como as crianças lhes chamam) são pessoas que sabem bem como afastar os olhares mais coscuvilheiros, até como intimidar as pessoas que tentem abordar a sua vida, chega inclusive a apelidar Lygia de maluca e deficiente para os médicos.

 

A parte que menos gostei, a determinada altura, Bruno foge e mais tarde resgata a irmã Nadia, deixando Lygia para trás, ambos já são maiores de idade, poderiam ter auxiliado a irmã, mas nenhum aparece... 
Percebo a influência do pai e até o pânico que sentiriam dele, mas não consigo imaginar deixar o meu irmão às mãos de um casal de monstros e levar a minha vida como se já estivesse tudo bem, talvez a vida de Lygia tivesse tido um rumo bem diferente se os irmãos tivessem-se unido contra tudo e contra todos.

 

Lygia tentou de tudo para se fazer ouvir e tentar parar aquele martírio, falou com polícias, morou ao pé de técnicas sociais, teve internada em hospitais, (pelo menos 8 vezes), teve vizinhos que ouviam os seus gritos, súplicas e choros, durante 28 anos Lydia tentou abrir os olhos de quem não queria ver, mas em troca só recebeu o silêncio dos outros.

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Lydia Gouardo nasceu em 1962. Durante vinte e oito anos de cativeiro, teve seis filhos do homem a quem chamava pai. Só com a morte deste alcança a liberdade.

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publicado às 17:04

Primeira leitura do desafio #adaptações

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Opinião:

Há medida que ia lendo esta estória, (mesmo que em quase nada se assemelhe) lembrei-me do filme "Torino" e da representação de Clint Eastwood, um homem amargurado que tem uma estima fervorosa ao seu carro do que às pessoas que o rodeiam.

 

Não foi fácil sentir empatia com o Ove, apesar de tentar compreender ao máximo os seus argumentos, a sua revolta, amargura e até algumas más maneiras fizeram com que repudiasse ao máximo esta personagem. Achei o enredo e a forma como foi contada a estória bastante verosímil, com uma mensagem bastante forte, em suma uma bonita lição de vida.

 

Ove, tem 59 anos e é confrontado com a "proposta" de uma reforma antecipada, a partir daqui tudo se desenrola de uma forma bastante revoltosa para ele. O que vai fazer com as horas do dia, lhe parecem segundos e teimam em passar lentamente, tudo é motivo para ele fazer uma reivindicação, não encara o modo de vida dos seus vizinhos de forma normal, é bastante autoritário e prima pela disciplina.

 

Tudo isto é o reflexo de uma vida vivida à custa de muitos trambolhões, enganos, incompreensões, cujo único amparo e benevolência é a sua esposa mas até isso deixa de existir cedo demais.

Apesar de tudo, Ove nunca deixa de ser presunçoso, antipático, sovina, mas vai conseguir sentir a força dos afectos, a importância da amizade, mas jamais renunciara às suas convicções.

 

Achei curioso ler este livro depois de ler o "Por Treze Razão", pois se num temos uma adolescente que não consegue lidar com as repercussões dos actos na sua vida, neste livro temos um homem amargurado porque também ele passou por bastantes provações, a única diferença é que a adolescente opta por terminar com a sua vida, e Ove cria uma espécie de capa para lidar com as suas vicissitudes, tornando-o num homem insociável.

Se Hannah Baker tivesse conseguido criar a sua capa protectora e seguido a sua vida, talvez quando fosse mais velha teria sido um Ove em versão feminina! De facto é impossível não pensar...

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Trailer da adaptação (2017):

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Fredrik Backman é um blogger, colunista e escritor sueco. Este seu romance de estreia tornou-se um bestseller imediato na Escandinávia e já vendeu mais de 5 milhões de exemplares em todo o mundo, encontrando-se traduzido em 43 línguas. 

Entre outros, venceu em 2017 o Vision’s Author of the Year Award. A adaptação cinematográfica pelo realizador Hannes Holm granjeou duas nomeações para os Óscares de 2017, incluindo a categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

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publicado às 16:22


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