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Livros # Desafios Literários # Aquisições # Opiniões
Opinião:
Começo pelo lado negativo do livro e que me fez não dar a pontuação máxima. Em menos de 250 páginas desvendam-se mais de 40 anos de vida das personagens principais, achei poucas páginas para tanta informação.
Por outro lado as mesmas páginas são mais do que suficientes (por vezes até excessivamente) para perceber quais os temas principais da estória, temas polémicos que, infelizmente, mesmo depois de 36 anos da primeira edição ainda se mantêm presentes na sociedade.
Toda a estória se centra nas irmãs Celie e Nettie, Celie é a mais velha, não é tão inteligente como a irmã mas tenta a todo o custo proteger Nettie dos maus tratos sofridos em casa pelo "pai".
Aos 14 anos, depois de já ter sido mãe duas vezes, Celie é "doada" a um homem que deseja insistentemente a irmã, para a proteger insiste que ela fuja de casa e peça "refúgio" a um casal com algumas posses.
A partir daqui tudo o que acontece na vida conjugal de Celie é abominável, uma criança que já fora abusada pelo "pai" vai continuar a ser maltratada por um desconhecido.
De referir que este é um livro epistolar (escrito por cartas), Celie completamente presa ao seu homem perde o contacto com a irmã, escreve as suas cartas redigidas a Deus contando todos os desenvolvimentos da sua vida.
Miss Shug, é aquela personagem que surge na vida de Celie como mais um contratempo, devo realçar que foi das minhas personagens favoritas, apesar de ser a amante do homem de Celie, vai ser uma grande aliada de Celie.
Apesar dos temas aberrantes, foi uma leitura bastante gratificante, sem dúvida que este é o livro que melhor se aplica a palavra esperança.
"As mulheres não são todas iguais, Tobias, - diz ela. - Acredites ou não. - Oh, - eu acredito, - só não consigo provar isso ao resto do mundo."
"- Quem pensas que és? - pergunta. - Não podes amaldiçoar ninguém. És preta, és pobre, és feia, és mulher. Raios te partam, não és nada."
" Os rapazes aceitam agora a Olivia e a Tashi nas aulas e há mais mães a mandar as filhas à escola. Os homens não gostam: quem quer uma mulher que sabe tudo aquilo que sabe o marido? Protestam eles."