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Livros # Desafios Literários # Aquisições # Opiniões
Opinião:
Livro lido em ebook, talvez o impacto da experiência não tenha surtido o mesmo efeito se o lesse em papel, pois tenho a certeza de que muito desta história está, não só nas palavras, como também nas óptimas ilustrações.
Mesmo assim deu para ter uma (breve) ideia de quem foi a condessa Isabel Báthory, uma mulher húngara, obcecada pela sua própria beleza, que entrou para a história por ter praticado crimes hediondos e cruéis a mais de 650 jovens mulheres, ficando assim conhecida como "A Condessa Sangrenta".
Há quem defenda a sua inocência, alegando que nenhuma mulher seria capaz de ser tão perversa, eu não acredito muito nessa hipótese, já tivemos várias provas de que a psicopatia não escolhe o ser humano em termos de género.
Flora Pizarnik, pseudónimo de Alejandra Pizarnik, uma argentina com descendência russa e com contínuos problemas de depressão e várias tentativas de suicídio, acaba por conseguir pôr termo à vida em 1972 aos 36 ano, com uma dose excessiva de soníferos. Também tenho de salientar os excelentes desenhos de Santiago Caruso, tenho quase a certeza que se tivesse o prazer de ter este livro nas minhas mão, certamente que as ilustrações sobressaiam muito mais.
A crueldade que é descrita no livro é tão mórbida, que por momentos até parece natural que essa crueldade exista. Acho até que a autora quis destacar o mal desta condessa, para poder invocar os seus próprios receios e a sua loucura.
Este livro retrata algumas formas de tortura que a condessa Báthory utilizava para fustigar as suas vítimas, como por exemplo, verter água sobre um corpo nu e a água torna-se gelo, há um leve gesto final da vítima para se aproximar mais das tochas, de onde emana o único calor, mesmo assim jogam mais água em cima dela e ela fica, para sempre de pé, erguida e morta.
Lembrei-me logo dos campos de concentração, também lá, esta era uma das formas de tortura bastante usada, quer por homens ou mulheres das SS.