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Sinopse:

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A minha opinião:

Livro de leitura compulsiva, onde a ânsia de saber que final terá fez com que ficasse agarrada a cada página. Escrito em forma de ficção, mas com bastantes factores históricos a suportar esta estória.

 

Mais uma vez entramos dentro da fortaleza assassina nazi, Auschwitz, mais propriamente em Birkenau II, Desta vez deixei-me levar pela saga de uma família cigana, mais uma raça que foi fortemente aniquilada em proveito dos ideais de Hitler. Os tempos ruins já estava a decorrer e esta família tentava ao máximo passar despercebida, algo que se vai revelar desastroso aos olhos de quem tudo via na altura.

 

Helene Hanneman, alemã “pura”, enfermeira, mãe de 5 filhos e casada com o grande amor da sua vida. A vida desta mulher tinha tudo para ser perfeita, mas deste cedo que ela é hostilizada por ter escolhido para marido um cigano. Os soldados nazis chegam a sua casa, quando ela se preparava para ir trabalhar e levar os filhos à escola, no meio desta tarefa perfeitamente normal tudo se desmorona e quando Helene pensa que “só” o seu marido vai ser afectado com a detenção, logo surge mais um murro no estômago…

“- As crianças também são romani. A ordem também inclui a elas. Não se preocupe você pode ficar – Disse o sargento tentando explicar-me de novo a situação. Certamente o meu rosto refletia pela primeira vez o desespero que já sentia há algum tempo.

- A mãe é alemã - tentei argumentar.

- Receio que isso não importe neste momento. Falta uma criança, nos meus documentos consta que são cinco filhos e o pai - respondeu sargento muito sério.

Não reagi. Senti-me paralisada pelo temor, mas tentei tragar as lágrimas. Os meus filhos não deixaram de olhar para mim, devia ser forte.

- Preparo-os num instante. Iremos todos consigo. A pequena ainda está na cama - surpreendeu-me ouvir-me, como se realmente não fosse eu a falar, parecia que as palavras saíam de outros lábios.

- Você não vem, Frau Hanneman, só as pessoas de raça zíngara, os ciganos - disse o sargento.

- Herr polizei, eu irei para onde a minha família for. Agora permita-me que prepare as malas e que vista a pequena.”

 

A partir daqui tudo vai ser uma constante luta, desespero, dificuldades e alguma descrença, mas apesar de todos os contratempos, a união em proteger a sua família vai tentando levar a melhor. Helene vai acabar por ter um papel fundamental, naquela que seria uma tranquilidade camuflada, algo que vai dar algum conforto a mais de 50 crianças existentes naquele campo cigano em Birkenau (Auschwitz II), a criação de uma creche por ordens do doutor Mengele. É interessante ver como os ciganos se vão protegendo e a importância que dão á família.

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Estes prisioneiros também vão-se apercebendo das atrocidades do doutor Mengele, acho que foi isso que menos gostei no livro, a certa altura dou comigo a pensar neste homem como alguém bom, despromovido do todo mal que afectava os outros alemães no campo. Homem esse que foi apelidado de “anjo da morte”.

 

Não sou mãe, (nem tenho pretensão de ser) mas sou filha e este livro fez-me pensar muito na minha mãe, em todos os sacrifícios que ela faria para proteger e criar o mínimo bem-estar aos seus filhos, por isso não conseguir ficar indiferente a esta maravilhosa história de coragem, determinação e todo o amor maternal.

 

“Às vezes temos que perder tudo para conseguir obter o mais importante. Quando a vida nos despoja daquilo que julgávamos imprescindíveis e nos encontramos nus diante da realidade, o essencial que é sempre invisível aos olhos, ganha a sua verdadeira importância.”

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Mario Escobar, Licenciado em História e Diplomado em Estudos Avançados em História Moderna, escreveu inúmeros artigos e livros sobre a Inquisição, a Reforma Protestante e as seitas religiosas. É colaborador habitual da National Geographic História e História 16. Trabalha como director executivo de uma ONG e é director da revista Nueva Historia para el Debate. Interessado nos mistérios ocultos por detrás da história, da religião e da ciência, tem dedicado toda a sua vida a desvendá-los.

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publicado às 01:32


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