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"O Livro do Hygge" de Meik Wiking - Opinião

por Tânia Tanocas, em 23.02.17

Sinopse:

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A minha opinião:

A Dinamarca foi eleito em 2016 e já por várias vezes o país com a população mais feliz do mundo, este livro quer nos demonstrar como é que este povo, (que vive desprivilegiado pela meteorologia, com Invernos rigorosos e pouca luz solar) consegue ser o mais feliz.

 

Uma amiga (do coração) enviou-me uma sms com o seguinte: "Tânia tens de ler este livro porque acho que temos uma costela dinamarquesa!". E foi assim que este livro veio parar às minhas mãos, até porque sai (e muito) do meu género de leituras, ela sabe disso, temos gostos literários diferentes, mas é por isso mesmo que adoro "discutir" com ela determinados assuntos, acho que ela consegue ver as coisas de maneira diferente da minha e isso é que é interessante neste mundo dos livros.

 

Logo no dia que recebi o livro comecei a ler as primeiras páginas (só para ter uma noção do que se tratava, pois não contava fazer já a leitura) e quando me apercebi já tinha lido 105 páginas, o livro tem textos curtos acompanhado com algumas fotografias, por isso é fácil passar página à página num ápice.

O conceito Hygge dos dinamarqueses é basicamente o que designamos por "cool", o que está na moda (não em termos literal da palavra, mas de actos praticados), etc. É uma palavra que não tem tradução, tal como a nossa palavra "saudade". O autor vai explicar como é que os dinamarqueses colocam o Hygge em prática o que no entender deles dizem ser a fórmula para o povo Dinamarquês ser o mais feliz.

 

Aspectos Positivos:

Gosto de conhecer culturas diferentes e adorei conhecer a dinamarquesa, não sei se aguentava viver lá, sou bastante friorenta e adoro o "nosso" sol. 

 

Adorei e revi-me completamente na prática do Hygge numa pessoa introvertida (como eu sou), este exercício é uma maneira de confraternizar sem ficar esgotado, pois as pessoas introvertidas buscam a energia dentro de si e os extrovertidos retiram energia dos estímulos externos.   

 

Gostei de saber que os dinamarqueses quando saem dos trabalhos, não ficam "a fazer tempo" na tasca ao lado só para não irem para casa ;), dão muito valor à família, prezam os "pequenos" grandes prazeres da vida e são adeptos de uma máxima que eu adoro: "pouco, mas bom e sempre com algum significado". 

 

Descobri que sou Feliz, graças à prática de alguns dos conceitos Hygge, isto é, muito daquilo que é e faço no meu dia a dia são Hygge praticados pelos dinamarqueses para serem considerados o povo mais feliz, fiquei contente, pois sem saber tenho andado a fazer o caminho certo para continuar a ser feliz ;)

 

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O meu cantinho Hyggekrog 

 

Aspectos Negativos:

Estamos a falar de um país que a nível de apoios estaduais nem se compara ao nosso, sendo assim como é que podemos ser "felizes" quando andamos no limbo da incerteza quanto aos nossos postos de trabalho, quando existem desempregados sem (muita) esperança ou oportunidade no futuro, quando temos de nos "matar" a trabalhar para chegar ao fim do mês com 600€ (já estou a ser amiga), quando esse mesmo trabalho nos pede para fazer horas extras (muitas das vezes não remuneradas) essenciais para poder estar com a nossa família. É caso para se dizer, "é tudo muito bonito mas só para quem pode, não para quem quer".

 

Para quem não sabe, está quase a fazer um ano em que decidi alterar (drasticamente) a minha alimentação (em breve faço um post só referente ao assunto) e esta foi outra questão que me fez muita confusão e fiquei espantada, então um povo que privilegia a natureza acham Hygge ter peles de animais (renas) e têm uma alimentação (farta) com a matéria-prima que eles apelam no seu conceito de felicidade? Fazer um assado de carne no forno e deixar-se inebriar pelo aroma é Hygge? O meu refogado de lentilhas com cogumelos, deixa um aroma incrível pela casa e ninguém adivinharia (pelo cheiro) que não tem nada animal. :)
Vamos a ver se me faço perceber, a "nossa" alimentação (mediterrânica) também tem uma base de carnes, já comi muita, eu de quando em vez (ainda) tenho os meus deslizes, felizmente cada vez menos, mas um povo que se diz orgânico e biológico ainda com uma mente tão retrógrada em relação à alimentação, sinceramente por esta não esperava. :( 
Talvez pense assim porque sempre actuei na base do “comer para viver e não viver para o comer”... Aliás eu até estou desconfiada de que não sei comer, como quando tenho fome e mais nada, não sinto prazer, não sinto nostalgia em relação há comida.

 

Já que falamos de alimentação, os dinamarqueses consomem 8.2 kg de açúcar por pessoa ao ano, outro conceito que não esperava ler para ser considerado Hygge, num ano em que o nosso governo implementou uma taxa extra ao açúcar, onde cada vez mais se alerta a população para a sua redução, este povo ainda "ataca" forte e feio neste pequeno "veneno" para ser feliz. Não quero ser dramática, nem demagógica, de vez em quando a "carência" de um doce também atinge o meu cérebro, mas 8.2 kg? E ainda por cima grande parte só de confeitaria em que além dos açúcares, levam farinhas, natas, ovos, etc. 

 

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"A felicidade consiste mais em pequenas convivências ou prazeres que ocorrem todos os dias do que em grandes pedaços de sorte que acontecem raramente." Benjamim Franklin

 

Enfim, tenho pena querida amiga, gostei de algumas partes (em que me identifico e é também o meu conceito de Hygge), mas infelizmente não fiquei fã, nem maravilhada ao ponto de colocar em prática algumas das outras Hygge descritas no livro. Existe uma referência à série The Killing, que em breve quero ver. Em suma, prefiro continuar a ser Feliz há minha maneira, de preferência com o nosso "solzinho" ;)

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publicado às 22:52


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